Como reduzir o impacto do plástico numa indústria que vive exclusivamente dessa matéria prima?
Como reduzir o impacto do plástico numa indústria que vive exclusivamente dessa matéria prima?
Esta é a pergunta que, na Sitecna, fazemos todos os dias. Sim, porque sabemos que a indústria em que operamos, projeta uma imagem muito negativa no que respeita ao impacto ambiental, já que utiliza exclusivamente a matéria prima mais polémica da atualidade, comummente conhecida por plástico.
Ora, enquanto empresa que emprega várias pessoas, há um papel de influenciador de atitudes que não podemos ignorar. Além disso, é fundamental ouvirmos o consumidor, perceber as suas preocupações e atender às suas demandas, que deverão ser, em última análise, as nossas. Depois, há um 3º fator que nos traça o rumo: as metas impostas pela União Europeia, que exigem uma redução drástica da pegada ambiental, o que, invariavelmente, nos diz respeito.
O que podemos fazer, então, se não podemos simplesmente abandonar o plástico?
Podemos mudar a forma como entendemos a nossa matéria prima, podemos repensar o plástico e aplicá-lo de forma mais sustentável. Isso passa por reutilizar e reciclar e é isso que já estamos a fazer.
O primeiro passo foi encontrar parceiros de confiança, com certificação para a prática que nos dessem garantias de cumprimento total e de qualidade do produto final. A partir daí, alterámos procedimentos internos e, nesse campo, não encontrámos entraves, já que todos os nossos colaboradores estavam sensibilizados para a necessidade dessas novas práticas.
Atualmente, na Sitecna, já trabalhamos segundo a chamada economia circular, encaminhando, todos os meses, cerca de 40 toneladas de desperdício plástico para recicladores e fornecedores de matérias plásticas. Esses desperdícios são tratados e incorporados na matéria-prima que utilizamos tradicionalmente, retomando e fechando o ciclo produtivo normal.
Avaliado o nosso trabalho final, podemos dizer que utilizamos matérias-primas produzidas com 50% a 80% de materiais reciclados.
Sabemos que ainda podemos fazer melhor, e é por isso que estamos em fase de testes e avaliação da viabilidade de trabalhar matérias primas 100% recicladas, no que respeita a embalagens para o ramo alimentar.
Em jeito de conclusão, é imperativo orientar o nosso mindset para a necessidade de valorização dos resíduos. É imperativo proteger e recuperar os ecossistemas, e isso só será possível quando encararmos os resíduos enquanto recurso e não enquanto desperdício.
Na Sitecna, já estamos a apostar nisso, já entrámos em modo de adaptação, o “botão” interno do projeto reciclagem está on, e o futuro apresenta-se, agora, mais positivo e promissor.
Luís Pombeiro
CEO